Nunca Fui Santa (Bus Stop) foi baseado em uma peça de sucesso da
Broadway. Teve 478 apresentações e ainda uma indicação ao maior prêmio do teatro norte-amerincano, o
Tony Awards. Mais uma vez prevendo sucesso, a
Fox comprou os direitos de adaptação e entregou nas mãos do diretor
Joshua Logan.
É importante ressaltar que essa foi a primeira co-produção da recém-fundada Marilyn Monroe Productions. A atriz que dá nome à empresa se reuniu com o fotografo Milton Greene nesta empreitada cujo objetivo maior era aumentar a qualidade dos filmes que Marilyn estrelava. Fazia tempo que a atriz estava cansada de ser a loira sexy e burra. Ela queria mais. Chegou a dizer em uma coletiva de imprensa realizada para anunciar a criação da empresa que desejava atuar em algo como "Os Irmãos Karamazov", de Dostoiévski. De burra ela não tinha nada...
Marilyn chegou a recusar alguns papeis que tinham o perfil de personagem que estava tentando evitar. Isso levou ela a quebrar o contrato com a Fox e deixar que seus advogados lidassem com a situação. Foi o necessário para que o estúdio começasse a publicar declarações na imprensa para ofender a atriz. Resumindo a história, Marilyn voltou para a Fox com um contrato revisado e com mais liberdade artística.
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Marilyn e seu sócio Milton Greene |
Depois de todas essas confusões, as gravações de "Nunca Fui Santa" finalmente começaram. O filme conta a história de um cowboy espontâneo e sem modos do interior dos EUA que é conhecido pelo apelido de Bo (
Don Murray). Junto com Virge, seu amigo, ele pega um ônibus para Phoenix para participar de um rodeio. Quando chega lá, encontra uma péssima cantora de boate chamada Cherie (
Marilyn Monroe) e se apaixona no momento em que coloca os olhos nela. O sentimento é tão grande que Bo decide se casar com a moça quase que imediatamente e arrasta ela para sua fazenda em Montana.
O casal parece não combinar no começo e, até a cena na parada de ônibus, você se pega torcendo para Cherie fugir logo das garras de Bo. Porém depois dessa cena é inevitável não mudar de time e torcer pela felicidade deles. O cowboy é irritante, mas cresce no decorrer do longa-metragem. Já Cherie é completa: faz o público rir e chorar. Não é a toa que alguns historiadores acreditam que esse é o melhor trabalho de Marilyn. Sua personagem é apaixonante e intensa.
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Marilyn e o novato Don Murray no set |
A atriz teve seu visual alterado para interpretar Cherie. Ela ficou mais pálida graças aos poderes da maquiagem. Dessa forma, a rotina da personagem de trabalhar de noite e dormir de dia ficou estampada no rosto de Marilyn. Além disso, o famoso loiro platinado da ex-Mrs. DiMaggio foi suavizado para um tom mais próximo do mel. Também é notável o trabalho que
Marilyn realizou com sua voz e o sotaque típico do Arkansas que foi utilizado por ela para dar vida a Cherie. Don Murray também merece elogios por sua performance de estreia nos cinemas. Ele chegou a ser indicado ao Oscar por seu papel como Bo.
"Nunca Fui Santa" é uma comédia-romântica-dramática excelente de se assistir (muitas vezes). Marilyn está em um de seus melhores papéis e encanta o público com uma performance perfeita. Se em O Pecado Mora ao Lado ela se consolidou como sex symbol, é seguro dizer que em "Nunca Fui Santa" a atriz se consolida no panteão cinematográfico como tal: uma atriz.
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Uma das melhores cenas do filme |
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